quarta-feira, 22 de julho de 2009
Capital Digital
Prestes a fazer 50 anos, Brasília nasceu sob a premissa da modernidade e, por isso, carrega o encargo de manter-se constantemente atualizada. Atenta às inovações tecnológicas próprias da pós-modernidade e suas subseqüentes reverberações sociais, seus artistas promovem, por meio de suas criações, novas formas de experienciar o presente e projetar o futuro.
No século 21 vive-se a era do entrelaçamento das tecnologias na vida humana. Somos construídos e remodelados por aquilo que inventamos, sejam monumentos, cidades, meios de transporte ou aparelhos de comunicação. Com as novas tecnologias vemos surgir novos homens. Seres simbióticos de corpo e máquina. Hoje, para existir, optamos por nos hibridizar com computadores, celulares e rede de conexões como a Internet. O homem mudou e a arte como produto do homem também se modificou. Ruma cada vez mais para o campo das ciências e novas tecnologias, no qual vem encontrando um amplo universo de exploração e problematização da contemporaneidade.
Nesta exposição, apresentamos um panorama de projetos de artistas brasilienses: professores, estudantes e egressos do Programa de Pós-Graduação e da Graduação em Arte da UnB, que com sua produção vem transformando Brasília, a cidade de concreto, em uma verdadeira Capital Digital. As diversas peças artísticas aqui apresentadas abordam com amplitude o universo das linguagens particulares à arte e tecnologia, transitando pela videoarte, webarte, realidade virtual, vida artificial, arte genética, gamearte, música eletrônica, instalações interativas e o universo da moda na criação de computadores vestíveis. Com esta exposição, montada exclusivamente para a Estação Cabo Branco, pretendemos criar um espaço facilitador para a experimentação reflexiva de um futuro que já é presente, de um presente que já passou.
Exposição Capital Digital
quinta-feira, 2 de julho de 2009
PROGRAMA EDUCATIVO
Exposição Capital Digital- Arte, Ciência e Tecnologia
PROGRAMA EDUCATIVO
O programa educativo objetiva viabilizar a interação direta do público com as obras de forma lúdica. O programa é constituído de um gamearte e de um curso de extensão que visa preparar a monitoria que acompanhará os visitantes durante o período em que a Exposição Capital Digital estará aberta a visitação. Tal proposta foi delineada a partir do movimento de transformação observado nos museus e, principalmente, como resultado das reflexões atuais e constantes feitas pelas equipes responsáveis pela condução pedagógica dos projetos implementados, levando em conta a produção de artistas afinados com os discursos da arte contemporânea voltadas para a tecnologia, cujas propostas orbitam em diferentes mídias.
A pesquisa para produção deste programa se deu a partir da criação de um gamearte e de uma oficina para capacitação dos monitores divida em dois momentos, uma oficina experimental presencial, realizada no Museu, durante o período de montagem da exposição e no segundo momento, atividades de Extensão Cultural e educativa, desenvolvidas em ambiente virtual de aprendizagem (AVA), do Instituto de Arte da Universidade de Brasília.

Roteiro – Leci augusto;
Programação – Pedro Brandão;
Modelagem – Bruno Braga e Roni Ribeiro;
Animação- Bruno Braga e Roni Ribeiro;
Trilha sonora – Alexandre;
Colaboração - Leandro Fontenele

Estação Capital Digital - Museu Estação Cabo Branco
IDance
Suzete Venturelli, Leandro Gaby Andersen Trintade e Pedro Guerra Brandão

Gamearte
A computação gráfica normalmente é o ponto principal no desenvolvimento de jogos, os estímulos visuais são simulados através da interatividade homem-máquina de forma a criar um ambiente virtual. Os primeiros jogos traziam pouca ou nenhuma sonoridade na tentativa de acompanhar estes estímulos. Atualmente neste contexto imagens são utilizadas como o ponto de partida para que depois se adéqüem músicas e efeitos de áudio. O gamearte IDance percorre o caminho inverso, ou seja, apresenta o uso da música como meio de geração de gráficos computacionais artísticos capazes de reforçar no usuário o estímulo gerado, ampliando assim a experiência sensorial criada pela música. Além do software o sistema compreende um dispositivo com sensor de captação de movimento infravermelho, projeto multimídia e um espelho para a instalação do ambiente interativo de imagem e som em tempo real.


IDance - Museu Estação Cabo Branco
abibliotecadostripper: livro de fundo, prateleira de canto
Gê Orthof

A videoinstalação abibliotecadostripper: o livro de fundo/ prateleira de canto está inserido numa série de trabalhos que desenvolve as questões do íntimo, da leitura e da (dis)função da arte enquanto lugar utópico. O artista trabalha com a estratégia de risco de agir diretamente no espaço da exposição. Existem apenas certos conceitos e possíveis ações imaginados, mas o jogo que se estabelece na revelação da obra é a possibilidade de transformação diária, até o momento em que ela se torna pública. O importante é preservar, poeticamente, o registro da tensão desse percurso de embate entre o espaço do íntimo (do artista) com o espaço público expositivo. abibliotecadostripper: o livro de fundo/ prateleira de canto é realizada a partir de uma videoprojeção com imagens do rosto do artista chorando, intercaladas com perguntas que tentam, inutilmente, aferir a dimensão de sua dor. São também utilizados, papel de seda, escrita, miniaturas e umidificador que, através de seu vapor, vai borrando os desenhos e transfere a cor do papel crepom para a parede do museu.

Vídeos


Tiago Franklin, m-vídeos, 2009, 2´.


Cinara Barbosa, Barco Pensamento, 2006, 5’.


Gabrielle Correa, Protesto, 2008, 4´.
Karina Dias, Janela I, 2009, vídeo-projeção, 7'.


Monummovimentum

Performance, dança e projeção
A performance trata de possíveis trânsitos entre imagens de monumentos e paisagens do céu e da vegetação do cerrado presentes em Brasília e formas dançantes. O humano em contraponto com as massas e linhas arquitetônicas propondo o gesto expressivo no devir do movimento monumento. Pausas e linhas em trans-portes, o sublime e o sonho em casamento, o céu de Brasília e o sol de João Pessoa no passo da dança interativa.
Omolú telepresente

Museu Estação Cabo Branco - 12/06/2009
Performance em telepresença
Performance em telepresença, entre João Pessoa, Brasília, Niterói, Paraty e Estados Unidos. Em João Pessoa, o Omolú Eletrônico, performance realizada por Larissa Ferreira, em Brasília, Niterói, Paraty e Estados Unidos, o Corpos Informáticos e participantes.
Estética desviacionista (Certeau) a partir do uso de fios e cabos de computadores em desuso. Low-tecnology e Omolú telepresente. O peso dos fios sobre a cabeça. Giros em transe que quase tocam o outro da tela. Relação com outros, nós e fios emaranhados que se ligam, ainda que perto/longe.
Corpos informáticos: Bia Medeiros, Carla Rocha, Carlos Fino, Diego Azambuja, Larissa Ferreira, Márcio Mota.

Omolú telepresente - Museu Estação Cabo Branco - 12/06/2009
Ensaio @-temporal


Museu Estação Cabo Branco - 12/06/2009
A curadora

Performance
Em “A curadora” questiona-se o ‘juízo de valor’ a partir do papel do curador em exposições de arte. Junto com a ascensão desse papel,que tem por princípio organizar e cuidar conceitualmente de exposições, surgiram críticas a essa atuação que vem hoje em dia ofuscando até mesmo a figura do próprio artista. As acusações giram em torno dos critérios de seleção de obras e artistas, da atuação centralizadora, autoritária e até mesmo equivocada para fazer valer o que supostamente tem em mente, gerando uma incompreensão do que se pretendeu. Será? O que deseja o curador? A artista trata da ambivalência da relação intenção e repercussão. Ao final da concepção de sua ‘curadoria’ ela distribui balas de açúcar para apaziguar a relação e mostrar sua real intenção de ‘agradar’.

A Curadora - Museu Estação Cabo Branco - 12/06/2009
Footnotes

Footnotes são vídeos feitos na cidade de João Pessoa usando câmeras digitais fotográficas ou câmeras de celular. Destas imagens foram gerados marcadores, QRcodes. Estes QRcodes são colados nos lugares onde os vídeos foram realizados. O QRcode permite que pessoas de posse de celular com programas de leitura de QRcode vejam o vídeo apenas fotografando o marcador.
Colaboração: David. Sobel.

Footnotes - Museu Estação Cabo Branco
Chinelinbug


Chinelinbugplusss - Museu Estação Cabo Branco
Quem dirige Brasília?

Gamearte.
O usuário irá conduzir um carro concebido com o nome da capital e conhecerá a cidade do Plano Piloto com diversos tipos deintervenções.Trata-se de uma crítica político-social que procura refletir acerca de como seria dirigir Brasília, ser o presidente darepública, e quais os critérios de competência e os limites einabilidade pra tal função. O convite foi lançado, mostre do que é capaz!

Quem dirige Brasília? - Museu Estação Cabo Branco
Marilyn Tech Black

A obra é uma homenagem à atriz norte- americana Marilyn Monroe, no filme O Pecado mora ao Lado (1955), em uma das cenas mais emblemáticas do cinema mundial, em que a saia do vestido é levantada por uma corrente de ar. Nesse trabalho nossa Marilyn é uma manequim negra e sexy em um traje preto, cor do mistério que inclusive envolveu a própria morte da atriz. Na exposição, por meio de um controle remoto o público poderá provocá-la levantando a sua saia e esperar a sua reação. O que será que Marilyn vai achar disso tudo? Para saber acione o botão.

Marilyn Tech Black
Eco-Urbe

GPS, impressão eletrônica; sobre acetato, projeção em superfície.
Trabalho artístico constituído a partir de dados digitais e exibido como instalação multimídia. O banco de dados combina imagens fotográficas digitais, in loco e via satélite, com coordenadas de localização capturadas com GPS. Foto de satélite Landsat de Morro de São Paulo (BA); foto de satélite Ikonos de Brasília, desenho em GSP ; dos percursos em Morro de São Paulo. Dimensões 125x125 pela área espacial ocupada.

Eco-Urbe - Museu Estação Cabo Branco
Quem tem medo de olhar para cima?
Silvio Zamboni
Fotos digitais e projeção
As tomadas das imagens são sempre no sentido de buscar formas de enquadramento, senão inéditas , muito pouco usuais, criando sempre uma situação de grande profundidade, pela seqüência de vários planos , e, muitas vezes sensações de ‘quase vertigem’, muito embora sempre se está ‘olhando para cima’. O céu presente em quase todas imagens deixa de ser um céu convencional para se tornar um recorte luminoso recortado pela paisagem urbana, formando jogos geométricos inusitados e curiosos
Quem tem medo de olhar para cima? - Museu Estação Cabo Branco
Stratus
arte-computacional, net-art
As imagens apresentadas são como uma simulação de nuvens ou bandeirolas dispostas ao vento. O interagente pode simular movimentos de vôo em um espaço 3-D, deslocando-se para as laterais, acima ou abaixo das imagens apresentadas. Pode alterar as configurações de cores do céu e do objeto mostrado. O programa permite ao público diversas experimentações por meio de mudanças nas configurações de zoom, velocidade de deslocamento, direção de vôo e volume das formas.
Ao refletir sobre os espaços de sonho e repouso, os pedaços de sonho como fragmentos de espaço onírico que, após a dinâmica de nossa vida noturna, reencontramos ao chegar do dia, o filósofo Gaston Bachelard (1884-1962), disserta a respeito das transformações que fazem desse espaço o lugar dos movimentos imaginados). Para Bachelard, as nuvens se apresentam entre os objetos mais oníricos, proporcionando devaneios sem responsabilidade e permitindo um jogo fácil das formas. O desejo imaginário une-se a uma forma igualmente imaginária preenchida também com matéria desse conteúdo. O programa Stratus foi desenvolvido portanto como uma reflexão acerca das relações entre os conceitos e definições de um espaço onírico e a criação de um software que diante das ações do interagente, reage por meio da imaginação do movimento, estabelecendo um jogo interativo, um jogo da natureza, em uma simulação de espaço por meio de imagens de síntese.

Stratus - Museu Estação Cabo Branco
Site: http://www.carlospraude.com/